13 de set. de 2009

"Quase Tudo " ( Danuza Leão)



Danuza Simplesmente

Itaguaçu, Espírito Santo.
Nasce Danuza, a mulher.
Mulher de vida vivida
De glórias, glamour, tristezas,
Alegrias, romances e dor.
Na família, a estranheza.
O padrão não é comum
Vivendo num lar sem laços,
Sem afagos, sem abraços!
Mulher espetacular!
Extraordinária, mulher!
Enfrentou desafios,
Quebrou preconceitos
De uma época de omissões,
Mulheres sem aptidões.
sem ações.
Seus desejos e ensejos
a passos seguidos,
Mal vistos. erguidos
Quinze anos, a independência.
Aos dezoito é modelo
A primeira, no cenário brasileiro.
Viajou o mundo,
Conheceu castelos.
Viveu os anos dourado
Do bolero à bossa nova
Enfeitiçou olhos,
Delirou paixões.
Conheceu gente, fez amigos:
Do Brasil ao ocidente
Da burguesia à nobreza
Poucos foram os confidentes
Não esqueceu suas raízes
Sua terra, sua gente.
Danuza! Simplesmente, Danuza
Viveu a Ipanema, Copacabana,
A urgia.
Na Bahia a calmaria
ACM descrevia - amigo fiel;
quem diria?
Representa as Marias
Nas suas coragens,
Fraquezas e ousadias.
Foram três casamentos:
Wainer, Antonio e Renato.
Homens intelectuais.
Namorados? Foram vários,
Casos eventuais, banais.
Amigos da Honda, onda:
Amigos de fé camaradas
Vinicius, Di Ccalcanti, Sabino.
Lily, Horácio, e outros tantos.
Defende o amor,
A fidelidade com fervor
Presenciou a ditadura
Contestou com amargura
O Brasil e sua história.
Seus amigos sendo presos
Sendo expulso seu esposo
Filhos sem pátria sem lar.
Setor público fez análise
É um saco! Sem pudor!
O andamento do Brasil
Só para a burguesia.
Para mudar o cenário
Só uma bomba e gritaria:
Chega! Queremos a democracia
Período de trevas se inicia
Jornais, televisão anuncia;
Dores, saudades, amores!
Aqui jaz!
Samuel - seu ex, amigo,
Companheiro.
Jairo seu pai é suicida
Nara irmã, desiludida.
Rumores, temores! É a morte!
Sammuca, filho amado,
Anunciado o acidente, é fatal!
È dor! É saudade! É maldade!
Na correnteza se afoga,
Amordaça.
Revoga, pede socorro!
Vive momentos de terror
Cabeça erguida, testa franzida.
Continua! É a vida!
Um parêntese, ela abre,
Fala da vida escolar
Não aprofunda nos estudos
No colégio não ficou.
Das matérias estudadas,
Só do violão gostou
Aprendeu a ler lendo
E um livro lhe marcou
“O livro dos insultos”
Henri Louis é o autor
Na frase se inspirou
‘Não ensine a criança
Somente a escrever,
Ensine o pensar
E importante saber ler’.
Cinco livros publicou.
De colunista social.
Até cronista virou
Seu destino é traçado
Não caiu com o fracasso
Coração em estilhaço
Com cara de um palhaço,
Retoma sua posição,
Festa, muita trepidação.
Agora com outro olhar
Coração sem palpitar.
Para saber da história
Leia agora Quase tudo
O livro de aventuras
De uma musa brasileira
Que viveu a luxúria,
Decadências e vitórias
Vera Vasconcelos

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